A Vontade de Deus para a nossa Cidade

Andreia e Geraldo falam que, assim como Deus tem um projeto para cada um de nós, Ele também tem um projeto para cada uma de nossas cidades.

Para realizar esse projeto, devemos fazer como Chiara e suas primeiras amigas e amigos, nos primórdios do Movimento dos Focolares, que tiveram um amor concreto pela sua cidade, alvo dos bombardeios da II Guerra Mundial. Em pouco tempo, esse amor envolveu a muitos.

E como faziam: percorriam a cidade de Trento em busca das dores da humanidade, dos pobres da cidade. Anotavam nome e endereço deles, faziam uma lista do que precisavam e, depois, iam a busca do necessário. Encontravam algumas coisas entre seus próprios pertences e diziam, por exemplo: “tenho dois casacos, só preciso de um, portanto, o outro não me pertence, é daquele pobre que não tem”. E assim, doavam tudo o que podiam.

Este modo de agir suscitou a comunhão de bens entre eles e também entre outras pessoas da cidade. Começou assim, espontaneamente, um movimento de solidariedade que, em poucos meses, já envolvia mais de 500 pessoas. Nasceu a primeira comunidade do Movimento, na qual os pobres recebiam o que precisavam e os que tinham posses, doavam o que podiam. Portanto, todos eram protagonistas. Mas, era mais do que isso: nascia o Movimento da Unidade, a unidade pedida por Jesus em sua última oração ao Pai.

De forma semelhante, precisamos ampliar nossos relacionamentos e olhar para as necessidades da nossa cidade com o mesmo espírito daquele tempo.

Chamamos essa proposta de “Projeto Cidade”, que nada mais é do que disseminar a Fraternidade, cultivar a Unidade, descobrir e realizar a vontade de Deus para as nossas cidades. Um exemplo perto de nós foi a criação da Ação Social João XXIII, no Gama/DF, que depois gerou também a Afago/DF, na mesma cidade do Gama (foto abaixo).

Para formar comunidades assim, as pessoas não precisam ser santas, ou seja, não precisam ser especiais, basta que estejam unidas em nome de Jesus e se esforcem por manter essa unidade.

Mas, há um segredo para que isso aconteça. Devemos nos lançar na divina aventura, que significa fazer de cada obstáculo um trampolim. Não "suportar" a cruz, mas aguardá-la e abraçá-la... pois Jesus, com sua vida nos ensinou que nela está o verdadeiro valor.

Diante das “chagas” da sociedade, a primeira coisa que Chiara fazia, era um pacto de amor recíproco com suas amigas e amigos, para ter Jesus em meio com eles, consciente de que somente Ele pode dar uma resposta - ele que sofreu na cruz a profunda dor do abandono, a ponto de gritar: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”. O nosso amor, a nossa unidade deve ajudar a ressuscitar a cidade, a curar seus aspectos dolorosos ou negativos, para os quais queremos contribuir a encontrar uma resposta.

Somos um “novo povo”, completo, com crianças, jovens, adultos e idosos, famílias inteiras, sacerdotes: o Povo da Unidade, e como tal, devemos contribuir para o florecer de novas cidades. Nossos adolescentes, com o Movimento Juvenil pela Unidade, que já têm um projeto para a cidade - “Vamos colorir a cidade”; os Jovens por um Mundo Unido também, com a Semana Mundo Unido, na qual procuram olhar toda a cidade e todo o mundo de modo abrangente; os adultos, com o Movimento Humanidade Nova, através do qual procuram levar às estruturas da sociedade o Ideal do Mundo Unido; todos nós, em unidade, cada qual no seu lugar, procurando irradiar a seu redor, conforme o próprio talento e as próprias oportunidades. Podemos contagiar muitos, iluminando e chamando cada um a colaborar segundo o que sabe e pode fazer.