Margarete ilustra o tema com um depoimento sobre a
superação de conflitos no ambiente de trabalho:
superação de conflitos no ambiente de trabalho:
Trabalho num
Hospital de alta complexidade, onde o atendimento a doenças graves gera muita
tensão nos servidores. Assim, é enorme o desafio de superar conflitos para
atender bem o paciente.
Nestes últimos 3
anos, com problemas governamentais enormes, todas as dificuldades se multiplicaram:
fechamento de leitos, cancelamento de contratos, manifestação de funcionários...
nada sensibilizou o governo. Na busca de solução, trabalhei junto com colegas,
tanto com a Direção do Hospital quanto com o Conselho Regional de Medicina (evitando
interdição do setor), e também com o Sindicato, durante a greve, para encontrar
soluções: os serviços essenciais precisavam ser mantidos.
Obviamente, com
pensamentos diversos, os conflitos vieram, sobretudo no setor em que trabalho,
que atende a todos os setores do Hospital, e não podia reduzir o atendimento.
Minha missão,
administrando o setor, era manter firmeza e as reivindicações necessárias,
garantindo os serviços essenciais.
Alguns funcionários
jovens, muito revoltados com a inércia do governo, discordavam da minha firmeza
em respeitar e manter os tratamentos mesmo durante a greve.
Mas, convicta da
importância de construir o mundo unido, eu fiz minha parte, lembrando de amar
sempre, também quando algum funcionário faltava com a verdade e distribuía
notícias falsas a meu respeito.
Também com o
sindicato o desafio foi enorme. Ali, o forte era usar de honestidade e
sabedoria.
As negociações
foram firmes e respeitosas.
A superação de
conflitos me exigiu dirigir um olhar desarmado para cada pessoa, em especial para
os funcionários do setor. Um olhar de amor para todos, superando o risco de
guardar mágoas. Uma arte que só é possível com a prática do Evangelho.
Depois, o tempo
passou, a crise no hospital ficou menos aguda e algumas pessoas que tinham se
comportado mal, passaram a se reaproximar e me pedir atendimento quando
adoeciam... Nova e dura experiência.
Mas, que era
oportunidade para que amadurecessem sob muitos aspectos. (Superar a tensão
decorrente do enfrentamento gerado por servidores mais jovens é indispensável, pois
estão amadurecendo junto com todas as situações vividas).
O comportamento
hostil de alguns servidores, de lideranças no setor, arrefeceu
Hoje, a crise da
saúde no DF tem um novo cenário, bem ameaçador para o SUS. Precisamos nos
reorganizar, como comunidade hospitalar, cientes do dever de servidores que
devem cumprir o dever do bom samaritano, com as proposições exigidas pelos
tempos atuais.
Há uma semana,
entendi que precisava chamar estes servidores para um diálogo, amigo... Diálogo
de gente que amadureceu.
Foi uma boa
conversa, riquíssima.
A dor imposta pelos
problemas governamentais e os desafios dos relacionamentos ensinou muito a
todos nós.
Mas, o aprendizado
de superação e conflitos é uma questão de atitude diária.
É recomeçar sempre
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