Desafio do dia.
Francisco e Sandra relembraram o desafio do dia,
deram alguns avisos,
e chamaram Lourdes, Wynne, Graziela e Bruna,
... que, juntas, desenvolveram
uma meditação de Chiara que norteou o dia:
Deus é Amor
Com a violência da guerra, Chiara Lubich e suas primeiras companheiras adquiriram o hábito de encontrar-se nos abrigos antiaéreos, logo que tocava a sirene anunciando um novo bombardeio.
Depois daquela fulgurante intuição que as havia levado a colocar Deus Amor como centro único e absoluto de seus interesses em suas jovens vidas, tinham o forte o desejo de estar juntas e descobrir modos novos de colocar em prática o Evangelho. Cada acontecimento as tocava profundamente. A lição que Deus lhes dava, por meio das circunstâncias, era clara: tudo é vaidade das vaidades, tudo passa.
Mas, ao mesmo tempo, Deus colocava no coração de Chiara, e de todas as outras, uma pergunta, e com ela a resposta: "Mas, existe um ideal que não morre, que nenhuma bomba pode destruir, ao qual doarmo-nos inteiramente? Sim, Deus! Decidimos fazer Dele o ideal da nossas vidas."
Em 2000 Chiara escreveu:
"Deus. Deus, que em meio ao furor da guerra, fruto do ódio, e sob a ao de uma graça especial, manifestou-se por aquilo que verdadeiramente é: Amor. A primeira ideia sobre a qual o Espírito construiu esta espiritualidade foi esta: Deus Amor (cf. 1Jo 4,8).
Compreendida de forma completamente nova em contato com o carisma do Movimento, Deus Amor provoca grandes transformações nas pessoas. Fazendo uma comparação, a vida cristã conduzida antes, ainda que com uma prática coerente, parecia obscurecida pela orfandade.
Depois, eis a descoberta: Deus amor, Deus Pai! O coração, que vivera no exílio da noite da vida, abre-se e eleva-se, une-se com aquele que o ama, que pensa em tudo, que conta até mesmo os cabelos de nossa cabeça.
As circunstâncias alegres e dolorosas adquirem um novo significado: tudo previsto e desejado pelo amor de Deus. Nada mais pode causar medo. Esta é uma fé exaltante, que fortifica, que faz exultar. É uma fé que provoca lágrimas em quem a experimenta pela primeira vez.
É uma dádiva de Deus que nos faz gritar: Nós acreditamos no amor! (Jo4, 16). Com a escolha de Deus que é Amor como ideal da vida, colocava-se o primeiro fundamento, a primeira exigência daquela nova espiritualidade que tinha desabrochado em nossos corações. Tínhamos encontrado Aquele por quem viver: Deus Amor."
http://www.focolares.org.br/movimento-dos-focolares/espiritualidade-da-unidade/deus-amor/
... que foi ilustrada por depoimentos
de quem soube ver, nas dificuldades da vida,
uma oportunidade de provar e reconhecer
que Deus é, realmente, Amor:
Nilva conta a experiência de Deus-Amor na sua vida.
Sou casada, conheci o movimento dos focolares
ainda muito jovem, com 14 anos de idade. Venho de uma família bastante numerosa:
somos 9 irmãos; 6 mulheres e 3 homens, com diferenças de idade de um ano. Eu
sou a segunda da turma. Meus pais se casaram bem jovens, sem nenhuma formação
cristã. Por isso, também nós não recebíamos nenhuma formação nesse sentido.
Meus pais brigavam muito; na minha casa havia muita desarmonia. Passávamos por
muitas dificuldades, de todo tipo, principalmente financeira. Eu era muito
triste. Aquela desarmonia me incomodava muito. Quase nunca eu sorria. Vivia me
isolando de tudo e de todos.
Certa vez, eu soube de um encontro em
Brasília, para jovens. Era época de carnaval. Fiquei muito curiosa quando soube
da proposta desse encontro. Na minha cidade, havia três jovens que já viviam a
espiritualidade desse movimento. Entrei em contato com elas e fui a esse
encontro, que mudou radicalmente a minha vida.
A primeira coisa que ouvi falar
quando ali cheguei foi sobre Deus amor. Descobri que Deus me ama imensamente,
com um amor misericordioso e particular; sendo assim, ama também a minha
família. Foi uma grande revolução na minha vida. Eu contei para algumas pessoas
que estavam ali, como era a minha realidade, e elas se propuseram a enfrentar
junto comigo toda aquela situação em que eu vivia. Voltei para casa e comecei a
colocar em prática tudo que havia entendido naqueles dias. Éramos muito pobres,
lembro-me que, às vezes, quando chegava da faminta escola (jovem sente mais
fome), minha mãe dizia que o que tínhamos para comer era só aquele pouquinho
que havia preparado. Eu percebia que realmente era muito pouco para tanta gente.
Então, eu não comia, para sobrar mais para os meus irmãos. Mas, eu não queria
que isso fosse mais um peso para a minha mãe; então dizia a ela que estava sem
fome. Porém, era muito forte dentro de mim aquela certeza de que Deus me
ama imensamente, e ama também a minha família. Eu comecei a trabalhar muito
cedo, e a providência começou a chegar para nós, por parte das pessoas que condividian
comigo a descoberta desse grande amor de Deus. A partir daí, não passávamos
mais tanta necessidade. E toda a minha família se sentia envolvida por esse
grande amor de Deus.
Um outro momento, muito forte também,
foi quando descobri que meu pai tinha uma outra família – também por isso, passamos
tantas dificuldades. Ali, foi um momento muito duro para mim. Porém, me deu
forças para e me recordar que Deus me ama também nas dificuldades, com um amor
misericordioso que tudo cobre. Sendo assim, eu não poderia odiar o meu pai, por
nos causar tanto sofrimento. Então, fui trabalhando isso também com meus
irmãos, até que quando ele completou 70 anos, eu fui com alguns de meus irmãos visitá-lo
na cidade onde ele estava morando. Ele ficou surpreso e muito feliz. Foi a
última vez que o vimos, pois, em seguida ele veio a falecer.
Hoje, meus irmãos estão todos
casados, constituíram família, são pessoas do bem. Imagem inha se aposentou, restabeleceu
a saúde. Eu me casei, fiz 25 anos de matrimônio, tenho uma família bela, onde
procuramos viver com essa grande certeza de que somos filhos de um Pai que é
Deus, que cuida de cada um de nós de um jeito único e particular.
Ádria apresenta uma pequena explicação sobre as oficinas,
que acontecerão no dia seguinte.
Intervalo